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Tradição X Modernidade

Atualizado: 8 de mar. de 2023



A toada e a perda de características tradicionais


Por: Yasmin Miranda/Colaboradora Voluntária


Ao realizar uma sutil comparação entre as toadas há trinta anos e o modo como hoje o ritmo se encontra, é possível avaliar a evolução na musicalidade, característica da ilha tupinambarana.

Os bois-bumbás Garantido e Caprichoso foram evoluindo lentamente nas danças, formação de itens, abordagens de temas de festivais e canções, isso é inegável. Mas quando falamos de toada, de ritmos, de palavras, ficam certos questionamentos: As transformações ocorridas foram necessárias? Os benefícios foram maiores?


Não sou musicista, muito longe disso. Mas ao analisar o contexto histórico, é perceptível, que as toadas das décadas de 1970 a 2000, têm características próprias, diferentes do que atualmente se observa. Sem contar a batucada e marujada que tiveram inovações significativas nas estruturadas, principalmente, quanto aos instrumentos – o sudão, caixinha, o repique, xeque-xeque e palminha. As batidas e toadas eram diferentes. O bailado corrido, conhecido “dois para lá, dois pra cá”, famoso nos anos 70 e 80, tinha extensa ligação corporal com os brincantes.


Grupos de famílias tradicionais ligadas ao ritmo musical, destacam que a essência da toada está a se perder nos últimos anos. Essa característica particular do ritmo, gradativamente, alcançou espaço social e cultural diante da sociedade parintinense, entretanto, não alcançou visibilidade diante do restante do país.


A única música considerada toada, que ficou conhecida nacionalmente, foi “Tic-Tic-Tac”, conquistou fama momentânea, pois logo desapareceu entre tantos sucessos estrondosos, que vem e vão no cenário musical brasileiro. O que me pergunto é: para a toada, vale a pena conquistar o espaço instantâneo e com o tempo ser esquecida?


A tradição embarca numa história que deveria ser repassada de geração em geração. Tudo isso porque são bois de promessas. E envolve ritmo e candência. As mudanças nas toadas se dão pela modernidade, renovada pela era tecnológica. Vários arranjos e músicas mudaram nas toadas, na qual consideradas por alguns compositores antigos, como – músicas, por haver exatamente alterações no estado sonoro, ritmo e cadência. A tradição está em constante perdas.


Antes os instrumentos básicos utilizados, faziam da toada mais simples, admirada e entendida possível. Hoje, por exemplo, utilizam-se teclados, guitarras, baterias e toda tecnologia disponível para a composição das canções. Reconhecer e ter mudanças é bom? Sim, muito. As toadas seguem um padrão lento de transformações, a se encaixar, talvez, nessa era digital e mercadológica.


Por isso se faz, necessário, ter capacidade e força para reavaliar essa cultura, e isso temos. O povo parintinense é sábio e tem pulso firme para pontuar os erros cometidos. Basta colocar em prática e avançar rumo a uma nova etapa de reconhecimento.


Toadas: São músicas feitas para o Festival Folclórico de Parintins, com letras que descrevem a história indígena, do cotidiano amazônico e demais culturas, desde os primórdios até os dias atuais.

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