Conheça o município de Parintins, localizado no interior do estado do Amazonas
Por: Larissa Monteiro/Amazonas Cultura
Parintins é o quarto município mais populoso do estado do Amazonas, com mais de 96 mil habitantes (IBGE, 2022), e está distante 369 km da capital, Manaus. Localiza-se à margem do maior rio de água doce do mundo, o Amazonas, no Norte do Brasil.
Ao longo do ano, a temperatura se apresenta com mínima de 22,4 °C, máxima de 35,5 °C e média de 26,6 °C. A ilha é marcada pelo intenso calor no verão, entre julho e novembro, período de seca, quando acontece a descida dos rios. De dezembro a junho é inverno; a cheia preocupa os ribeirinhos que moram em casas palafitas durante a subida das águas.
As diversidades culturais formam as identidades da ilha Tupinambarana, que ficou conhecida mundialmente por ser palco do Festival Folclórico de Parintins, considerado Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Como chegar?
As únicas formas de viajar a Parintins são por via fluvial e por via aérea. As embarcações são típicas da região e fazem parte da rotina do amazonense.
Para conhecer as culturas dos parintinenses de perto, barcos e lanchas te levam, como navegantes, pelas correntezas e maresias, no caminho do rio. Se preferir agilizar a trajetória, aviões são as melhores opções. Então, se liga na dica, parente!
Barcos ancorados na orla de Parintins, em tempo de estiagem no Amazonas, em 26 de outubro de 2022 (Foto: Larissa Monteiro/Amazonas Cultura)
Barco: é a melhor forma de contemplar as belezas e os encantos da natureza. A viagem dura, em média, de 14h a 18h, de Manaus a Parintins, navegando a favor da correnteza do rio Amazonas. O retorno demora entre 24h e 30h de viagem, contra a correnteza do rio. Os barcos oferecem um ambiente com adaptações para poucos ou muitos passageiros, com serviços de cabines e camarotes, espaços para armadores de redes, serviços de bar e restaurante, área de lazer e muito mais, a depender da embarcação.
Lancha: é um transporte que permite a experiência de conhecer os encantos do Amazonas e apreciar as paisagens, nem tanto quanto nos barcos. Porém, a viagem dura menos tempo: em torno de 8h, de Manaus a Parintins, e 10h no retorno à capital amazonense.
Avião: há voos diretos e diários que duram aproximadamente 1h, de Manaus a Parintins ou de Parintins a Manaus. A chegada no município é incomparável; a vista lá de cima permite a contemplação de um dos melhores cenários amazônicos, da ilha e seus arredores, se o pouso for durante o dia.
Breve História de Parintins
Assim como todas as regiões da Amazônia, a ilha era habitada por indígenas de diferentes etnias. A começar por aí, a história desse lugar, a terra que pertence aos nossos ancestrais.
Somos herdeiros de um grande patrimônio cultural e histórico, deixado pelos povos originários. Está no sangue, nos saberes, nos traços físicos, nos costumes, nas expressões, na culinária, na criatividade dos povos mestiços e dos povos indígenas, que resistem!
Indígena pousa para foto na feira do artesanato do 55º Festival Folclórico de Parintins (Foto: Larissa Monteiro/Amazonas Cultura)
A ilha foi nomeada primeiramente São Miguel dos Tupinambaranas, com a fundação realizada em 29 de setembro de 1969, pelo padre Felipe Betendorf.
O nome Parintins é uma homenagem à etnia parintintins, que só foi adotado quando a sede se tornou categoria de cidade, em 30 de outubro de 1880.
Navegue nas Culturas da Ilha
O certo é que Parintins se tornou terra de mestiços, terra multicultural, onde as culturas se interligam, se misturam e vivem juntas. O foco aqui é conhecer e valorizar as pluralidades culturais presentes nesse chão e nesse rio amazônico.
Mas afinal, quem são esses povos? Como eles querem ser vistos e/ou ouvidos? É o que vamos descobrir no encontro com as (os) protagonistas das histórias, ao navegar nas culturas, digo, dentro das interfaces desse site. Fique esperta(o) e acompanhe tudo o que acontece com os povos da Amazônia por meio do site Amazonas Cultura.
Parintins é berço de artistas, reconhecido por sediar o Festival Folclórico dos bois-bumbás. A festa é um duelo de espetáculo a céu aberto entre o Boi Garantido, com o coração na testa, representado pela cor vermelha, e o Boi Caprichoso, da estrela na testa, representado pela cor azul.
O Festival é uma encenação baseado em lendas e histórias dos povos indígenas, dos negros, dos caboclos e ribeirinhos da Amazônia, contada e montada por meio das toadas, das lendas e das alegorias feitas pelos artistas da região.
A criatividade e o talento dos artistas amazonenses impressionam. Pode-se dizer, também, que Parintins é conhecida como uma “universidade” por formar artistas a partir da própria vivência. Os talentos se revelam, são natos. O cenário e todo o contexto do lugar em que vivem podem ser a explicação para tanta sabedoria.
Trabalhadores do Boi Garantido organizam alegoria na concentração/bastidores do Bumbódromo, em 2022 (Foto: Larissa Monteiro/Amazonas Cultura)
É impensável que o Festival Folclórico de Parintins não seja, hoje, o maior símbolo cultural da ilha, por unir todas as culturas regionais em um espetáculo único. Mas o foco aqui “requer constantemente o protagonismo dos atores sociais locais a partir da sua própria cultura” (Querida Amazônia, 40), para além das três noites do Festival.
Então, vamos juntos assumir a corresponsabilidade em favor dos direitos dos povos e das culturas? Enaltecer a diversidade? Conhecer as particularidades de cada cultura? Embarque nessa, parente!
Não conhece nossas gírias? Vá ao dicionário caboclo e aprenda com a nossa gente as gírias mais faladas da região para não se aperrear! E você, parintinense? Espia ainda: no dicionário caboclo, há um espaço de interatividade onde poderá adicionar as gírias que você fala ou conhece! Te espero lá!
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