Entrevista com a indígena Nicole Trindade da etnia Sateré-Mawé, da Comunidade de Ponta Alegre, do rio Andirá
Por: Karolina Reis/Colaboradora Voluntária
“O grafismo para os indígenas representa a nossa força, representa a identidade do povo originário”
O grafismo indígena foi destaque no Festival Folclórico de Parintins de 2023. A artista Nicole Gomes Trindade, 19, da etnia Sateré-Mawé, da Comunidade de Ponta Alegre – rio Andirá, no município de Barreirinha (a 49 km de Parintins), destaca a importância da pintura corporal para os indígenas.
Nicole trabalhou pela primeira vez com o grafismo no 56° festival de Parintins. A artista faz parte da Associação Toco do Pau Darco (Arawa Ypy), que tem como objetivo promover a revitalização dos jovens da comunidade e conta com 15 membros atualmente.
A pintura corporal indígena é uma das formas de expressar e firmar a identidade cultural de cada etnia. As tintas utilizadas nas artes, normalmente, são extraídas do jenipapo (para obter a coloração preta) e da semente do urucum (que tem a cor vermelha).
Indígena Nicole Trindade fazendo grafismo corporal, durante a 56° edição do Festival Folclórico de Parintins (Foto: Janderson Trindade)
Desde quando você faz o grafismo corporal? E quais os tipos de pintura costuma a fazer?
Aprendi a pintar com meus 16 anos e com alguns anos fui me aperfeiçoando na área do grafismo. E quando foi este ano de 2023, vir a Parintins para trabalhar no festival pela primeira vez na área do grafismo, com intuito de ganhar experiência e alcancei resultados positivos. As pinturas que faço fala de solidão, alegria, dor e felicidade. Eu trago através de minha arte os sentimentos.
O que é o grafismo indígena e o que ele representa aos indígenas?
O grafismo é o desenho feito em alguma parte do corpo das pessoas em forma geométrica. O grafismo para os indígenas representa a nossa força, representa a identidade do povo originário.
Quanto tempo dura a pintura corporal?
Se o desenho foi realizado com a tinta do jenipapo, dura entre 15 a 20 dias.
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