Glossário Caboclo/Amazonas Cultura
- Larissa Monteiro
- 12 de fev. de 2023
- 13 min de leitura
Atualizado: 25 de mar.
Espia ainda, parente, as gírias caboclas da região amazonense

Sábias contribuições: Vanusa Monteiro
Perambulando: Quando a pessoa não tem paradeiro certo, ela está perambulando.
Pavulagem/Pávulo: Se o parintinense está metido, ostentando ou se exibindo, pode-se dizer que ele está se empavulando.
Emprozar/Se amostrar/Proza: É o mesmo sentido de pavulagem.
Mana(o): É uma forma de tratamento entre os amazonenses, um chamado entre irmãs/irmãos, amigas/os, parceiras/os ou até mesmo conhecidas/os.
Matutando: Se a pessoa está intrigada, quer ligar um fato ao outro, busca afirmações sobre algo e não consegue lembrar ou descobrir, ela está matutando.
Será leso: É o mesmo que “não fala isso nem brincando”, de uma forma descontraída. Falta de raciocínio momentâneo ou bobagem.
Daora: Se a pessoa gostou de algo, ela certamente vai dizer “daora”.
Maneiro: Aquilo que é o máximo, mais do que legal.
Babado: É a fofoca que todo parintinense enxerido gosta.
Enxerido: Se o caboco é bisbilhoteiro, intrometido, abelhudo, curioso, fofoqueiro e indiscreto, então ele é enxerido demais da conta.
Enxerimento: Quando a pessoa, além de intrusa, é saliente, assanhada e acesa, no sentido de namoradora ou galanteadora.
Aceso/Acendume: É aquela pessoa alegre, pra frente, ou aquela que não tem timidez para dar investida em pretendentes e também não costuma dar fora quando recebe a investida.
Caboclo/Caboco: Caboclo é a mistura do indígena com o branco ou outra etnia diferente. É uma expressão falada e escrita, erroneamente, de forma proposital ou por quem realmente não aprendeu o termo “caboclo” corretamente. O significado vai além do que se designa a palavra "caboclo". Para o próprio caboclo, ser "caboco" é ser interiorano, pessoa simples, com próprios costumes e linguagens, que vive da pesca, da caça, da criação de animais, de plantações, da roça. Todo amazonense tem a vida marcada por algum interior do Amazonas; sendo assim, todos são cabocos ou caboclos nativos.
Caboquês: Uma forma estereotipada de se referir aos caboclos da Amazônia. No entanto, o próprio caboclo muito se orgulha de ser "caboco" — mais precisamente, da forma como eles compreendem e ressignificam o termo “caboquês”: de viver das condições da natureza, da vida simples e do modo de falar.
Ribeirinho: Que vive das condições oferecidas pela natureza, que produz a própria plantação, que se alimenta da caça e da pesca. Exerce também atividade extrativista como forma de subsistência.
E aí parente: É um modo de se cumprimentar. Tu pode não ser parente de sangue, mas aqui no Amazonas as pessoas se cumprimentam dessa forma.
E aí cumadi/cumpadi: É uma forma de cumprimentar a/o comadre/compadre, a/o conhecida/o, a/o desconhecida/o, porque aqui no Amazonas, a/o caboca/o é arretada/o.
Arretada: Figura bem-humorada, festeira, alegre, pra frente, acesa e bagunceira. Pode ser atribuída à pessoa muito firme, inteligente, de personalidade forte, tesa, guerreira, persistente e por aí vai.
Tesa: No Amazonas, se a pessoa é corajosa, tem firmeza, até mesmo rígida, ela é tesa demais.
Invocado(a): Quer dizer pessoa cismada, desconfiada, preocupada com algo ou decidida no que faz.
Gambirar: É mesmo que desejar coisas alheias ou ganhar coisas por insistência.
Olha já: Forma de negar algo, fingir surpresa ou estar realmente surpresa. O sentido se diferencia na forma de falar ou no contexto da conversa.
Diacho(a): É um palavrão leve dos amazonenses. Tem dois sentidos: um expressa simples revolta quando algo não dá certo; outro, quando a fofoca tá boa e a pessoa chama de "diacho" para a outra, de forma descontraída.
Tu é o bicho: Quando o caboco faz algo espetacular, pode-se dizer que ele é o bicho. É uma forma de elogiar alguém quando faz uma arte, por exemplo.
Escroto(a): Refere-se a pessoa insensível, desnecessária, miserável etc.; ou se refere a lugar pouco acessível e perigoso; ou se refere a objeto difícil de usar ou manusear.
Casca grossa/Carrancudo(a): Se a pessoa é exigente, mandona, egocêntrica, brava, intolerante, ela é casca grossa ou carrancuda.
Você é muito cabeça: É o mesmo que dizer "você é muito inteligente".
Tu é escroto(a): Tem dois sentidos: um para elogiar a pessoa que fez algo que ninguém acreditava que conseguiria, pelo grau de dificuldade do momento; outro tem o sentido da palavra exata, incessível, miserável, desnecessário. As definições dependem do contexto.
Caramba: Sentido de lamentação (igual: "poxa!") ou alegria, depende do contexto da conversa.
Galeroso(a): Quer dizer indivíduo violento, ligado a crimes, bandido. Ou se refere àquela pessoa que finge ser valente, mas que não apresenta risco a ninguém; é uma pessoa que bebe e/ou usa drogas, com estilo desleixado e andar todo pancoso (desengonçado).
Galera: Historicamente, em Parintins, existiam grupos rivais de bandidos, chamados de "galeras" ou "gangues". Indivíduos pertencentes a esses grupos eram chamados de galerosos. Os nomes são utilizados até hoje, mas os sentidos variam, dependendo do contexto. "Galeroso" mantém o mesmo sentido, enquanto "galera" foi ressignificado para designar os torcedores dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso - elemento primordial do Festival Folclórico de Parintins.
Encabulado(a): Se a pessoa está tentando ligar os fatos sobre algo, se por consequência está apreensiva, ansiosa, confusa, então ela está encabulada. Ou quando a pessoa quer afirmar algo, mas não pode provar porque esqueceu.
Ti mete: É assim que o caboco gaba (elogia) o outro, de forma sarcástica ou verídica. Fazer inveja de forma descontraída.
Não te esperô: Não parece, mas é uma afirmação. Se a pessoa já realizou algo com antecedência e alguém perguntar a ela se já fez, a resposta é: "não te esperô".
Já era: É o mesmo que acabou, encerrou, não dá mais, sem possibilidades.
Ali ó: É a forma do amazonense apontar um lugar, uma pessoa ou qualquer coisa, com o dedo indicador ou com os lábios apontados, como se fosse assobiar. Típico do amazonense.
Bem ali: Bem ali é aquele lugar que parece perto, mas nunca chega. No sentido mais exato, é apontar algo, lugar ou alguém.
Tu manja: É o mesmo que "tu sabe muito". Muito bom no que faz.
Visagem: São seres sobrenaturais que aparecem para os medrosos de plantão. No Amazonas tem muitas histórias de arrepiar.
Paragem: É o mesmo que lugar.
Embiocar: Tem o sentido de colocar, encaixar.
Tuíra do côro: Refere-se a sujeira no corpo. Se o moleque se sujou e tomou banho sem se esfregar ou pulou que só n'água, certamente ele vai ficar com tuíra no corô.
Malinar: É o mesmo que judiar.
Até o tucupi: Tem dois sentidos: um para dizer que a mulher está grávida; outro, se a pessoa se encheu de tanto comer peixe salgado com chibé, até não querer mais, por exemplo, então ela está até o tucupi.
Chibé: É o pirão de farinha, uma mistura de farinha com água ou caldo de peixe.
Caribé: É um mingau de farinha fina com pouco sal e pimenta-do-reino para dar sabor - um fortificante para doentes que precisam se restabelecer e estão com dificuldades para se alimentar.
Biribute: Amarrilhos de cabelo, bijuterias ou coisas que não são mais utilizadas, mas estão guardadas todas juntas e misturadas.
Treco: Tem dois sentidos: um é semelhante ao "biribute"; o outro refere-se à pessoa que está desmaiando.
Pitiú: Corresponde ao cheiro forte do peixe.
Migué: Significa fazer de conta.
Ilharga: Colocar-se ao lado de uma embarcação ou qualquer outra coisa que se refira a ir junto.
Ingilhá (engelhar/encarquilhar): Quando a pessoa fica muito tempo dentro d'água, o corpo fica com frio e ingilha.
Eu cresci à pulso: É o mesmo que crescer na marra, à força, ou seja, sem muitos cuidados dos adultos.
Tu já se governa: É uma expressão utilizada pelos pais para chamar a atenção do filho que está se rebelando contra eles.
Caixa prega: Lugar distante.
Baixa da égua: Lugar que ninguém quer ir, ou seja, lugar muito distante.
Pé d’água: Chuva intensa, mas passageira. Se é um temporal rápido, então é um pé d'água.
Brocado: Se a pessoa tá morrendo de fome, pode-se dizer que ela tá brocada.
Pega o beco: É uma forma de dizer que tá indo embora ou mandar alguém embora.
Tu vai vê: É uma ameaça de leve, uma promessa que geralmente não é cumprida; é dita por dizer, numa forma descontraída. Mas pode ser real a ameaça entre brigas, por exemplo - fique esperto.
Tem rolos: Refere-se a quantidade de coisas, de frutas etc.
Na bicuda/Na porrada: Pode ser rapidez, velocidade ou pode ser briga feia mesmo.
Pé de porrada: Uma rodada de briga, confusão com várias pessoas envolvidas.
Uma porção: Pouca coisa.
Um bocado/Um monte: Quer dizer muito e não pouco.
Tapar o sol com a peneira: Esconder a verdade que está óbvia para todos.
Ah miserável/Ah misera: Forma descontraída de reclamar de alguém.
Pega penoso: É o que diz o torcedor para o time adversário que acabou de levar um gol.
Pufiar: É o mesmo que disputar ou apostar.
Marca e chora: É uma forma de ameaçar o rival. Frase muito utilizada pelos galerosos quando vão tirar satisfação com alguém ou procurar encrenca.
Curumim: Quer dizer menino novo, garoto, criança, rapaz jovem. Essa expressão tem origem do tupi-guarani e é utilizada por todos os povos do Amazonas.
Cunhatã/Cunhantãe: Quer dizer menina, moça, criança, garota. Essa expressão tem origem do tupi-guarani e é utilizada por todos os povos do Amazonas.
Cuia: É um recipiente oval típico da Amazônia, utilizado para preparar e servir diversas culinárias regionais (como exemplo, o tacacá). A cuia serve para colocar farinha, esvaziar casco e canoas de indígenas e ribeirinhos; é utilizada também por artesãos no fabrico de diversas criações de artesanato. Originalmente, a cuia é um fruto ovoide da cuieira, de tamanho médio e grande. O fruto cai, fica seco, é serrado ao meio e é retirada a polpa que há dentro da casca - cuja casca é a própria cuia impermeável (difícil de ser penetrada por água/líquido). De um fruto, pode-se fazer duas vasilhas, devidamente limpas, até mesmo decoradas, vernizadas e pintadas. E tem a cuia da cuiaraneira (árvore aquática da região, encontrada em igapós) - um fruto ovoide pequeno que, antes de cair, fica seco e se divide em dois; pode ser usado para decoração. Os ribeirinhos geralmente utilizam para colocar a isca do peixe quando vão pescar.
Casco: No Amazonas, é uma pequena embarcação movida a remo, feita de madeira no modelo alongado; é uma canoa leve, muito utilizada na pesca pelos ribeirinhos em rios calmos. Casco também pode ser de barcos, navios etc.
Remo: É uma peça de madeira moldada de forma apropriada para remar em rios - basta ter um casco ou uma canoa. No fabrico da farinhada, serve para mexer e suspender a farinha no forno.
Canoa: É uma embarcação feita de madeira, de forma alongada, movida a remo ou a motor-rabeta (cuja rabeta fica na popa da embarcação). Este tipo de embarcação é leve e pode ser de pequeno e médio porte.
Rabeta: É um pequeno motor de propulsão acoplado à popa/traseira de embarcações de pequeno ou médio porte; é conduzido manualmente por meio de um bastão. Para os ribeirinhos, os rabetas nos rios são como motos nas ruas para os parintinenses - é a pura ostentação dos amazonenses.
Carapanã: Íxi mana/o, em Parintins tem um monte - são mosquitos pernilongos sugadores de sangue. Quando chove tem que usar muito incenso ou repelente, porque se não, coitado do teu corpo. Mas calma, que a reação à picada geralmente é leve e pode causar apenas uma pequena marca avermelhada na pele, com intensa coceira que não dura muito.
Esfregar o côro: É o jeito "carinhoso" de se referir à pele. Os pais falam muito para os filhos na hora do banho - principalmente quando os curumins e cunhantãs brincam horrores no chão.
Flau: É um geladinho com sabores variados, muito querido pelo amazonense na época do verão, devido ao intenso calor na região.
Tacacá: Culinária indígena que o amazonense herdou, feita da goma da tapioca com o tucupi, temperada com sal, pimenta e alho; pode ser acrescentado folhas de jambu e camarão, ou outros ingredientes, a depender do gosto de cada um.
Íxi/Vixe/Eita: São respostas para qualquer babado. É difícil escapar o "ixi", o "vixe" ou "eita" na conversa do parintinense.
Nem com nojo: Tem o sentido de negação. Quando a pessoa não quer ir de jeito nenhum, não quer isso ou aquilo jamais, de nenhuma forma.
Toró: É uma tempestade, uma chuva muito forte. Cuidado que lá vem um toró!
É mermo é: É o que responde a pessoa que tá ouvindo uma fofoca das boas.
Mete a cara: Tem o sentido de encorajar. "Toma coragem e siga em frente."
Tô nem vendo: É o que diz a pessoa que está vendo sim, mas não quer ver o resultado daquilo que ela já alertou para a outra pessoa e não adiantou.
Vô mermo: É afirmar a ida para algum lugar. A pessoa arretada, atrevida e independente responde assim.
Jirau: É uma armação de madeira com esteios fixados no chão, semelhante a uma mesa, muito utilizada por indígenas, caboclos e ribeirinhos, onde se faz os mesmos serviços de uma pia. Sobre ele se colocam baldes com água para lavar louças e demais afazeres domésticos; utilizado também como estante para guardar utensílios. Ainda é comum na casa do amazonense que não tem condição de comprar pia e armários, ou por aqueles que preferem o jirau para não perder o costume.
Toadas: São músicas feitas para o Festival Folclórico de Parintins, com letras que descrevem a história indígena, o cotidiano amazônico e demais culturas, desde os primórdios até os dias atuais.
Bois-bumbás: São bois artificiais, feitos de pano, ferro e esponja por artistas da região, que ganham movimento pelas pessoas que dançam debaixo deles. São símbolos da manifestação cultural parintinense, apresentados durante o Festival Folclórico de Parintins, em junho, na arena do Bumbódromo. São dois bois que duelam: o Boi-Bumbá Garantido (vermelho e branco, com coração na testa) e o Boi-Bumbá Caprichoso (azul e branco, com estrela na testa).
Bumbódromo: É o Centro Cultural de Parintins, um anfiteatro destinado às apresentações das associações folclóricas, dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso, entre outros espetáculos.
Cacete: É uma peça de madeira utilizada no interior para bater roupas de tecido grosso e muito sujas - ferramenta essencial na lavagem de roupas.
Bacana: É o mesmo que legal, gostei ou achei bonito.
Triciclo: Veículo típico do município de Parintins, possui três rodas e capacidade para até cinco passageiros (incluindo o motorista), movido a pedaladas como uma bicicleta. O motorista fica atrás - pedalando e controlando o freio com o pé -, enquanto os passageiros vão na frente, sentados num banco acolchoado. Pode ser coberto ou não, sendo utilizado tanto para transporte de pessoas quanto de bagagens. Este veículo representa o ganha-pão dos tricicleiros durante todo o ano, com faturamento maior na época do festival, durante a vinda dos turistas.
Tricicleiro (a): Pessoa que conduz o triciclo, podendo ou não fazer parte da Associação dos Tricicleiros. Os associados são identificados por colete amarelo e verde com foto oficial.
Mototáxi: Veículo autorizado a transportar passageiros dentro de Parintins e Vila Amazônia.
Mototaxista: Condutor(a) habilitado(a) a dirigir mototáxi, devidamente autorizado(a) e identificado(a) com colete amarelo contendo foto oficial.
Panema: Quando o pescador não tá com nada, não está pegando nem vento, então "o bicho tá panema, panema, parceiro!" Recomenda-se tomar banho de tucupi (retirado da mandioca mole) pra mandar a panemisse para bem longe.
Tapioca: É uma goma retirada da mandioca, do mesmo processo do tucupi. É possível fazer beiju, tapioquinha, farinha de tapioca, tacacá, mingau, flau, fritinhos etc. Serve até pra fazer cola. Te mete!
Tucupi: Sumo que sai da mandioca, retirado do mesmo processo da tapioca. O tucupi é o complemento do típico tacacá; é o molho de pimenta que acompanha diversos cardápios; serve até para substituir a água ao cozinhar peixes - cardápio que recebe o nome "peixe no tucupi", o queridinho dos amazonenses. Obs.: Se o processo para retirada do tucupi for da mandioca mole, o resultado será um tucupi impróprio para alimento, servindo apenas como inseticida ou para tirar aquela panemisse do pescador.
Paneiro: Cesto confeccionado em traçado, no modelo hexagonal, feito artesanalmente de cipó de ambé ou de talas de guarimã/arumã, para carregar mandioca trazida da roça, frutas ou quaisquer outros produtos. Existem vários tamanhos e serventias. Em Parintins, serve para decorar os ambientes, representando as raízes indígenas do amazonense.
Tipiti: É um cesto confeccionado em traçado, no modelo cilíndrico, feito artesanalmente da tala do buritizeiro, da tala da bacabeira, do cipó de ambé ou da tala de guarimã/arumã. Utilizado para espremer a massa da mandioca que é colocada dentro dele. Em Parintins, serve para decorar os ambientes, representando as raízes indígenas do amazonense.
Peneira: Utensílio cujas extremidades são feitas de madeira, revestido de tela de alumínio, talas de guarimã/arumã, tecido de nylon ou outro material com furinhos, geralmente no modelo quase retangular (podendo ter diferentes tamanhos). É utilizada para peneirar a massa da mandioca que se tornará farinha - onde passa apenas a massa reduzida em pequenos fragmentos, sobrando a crueira que é separada para secar. Serve também para peneirar a tapioca que se tornará farinha de tapioca e para transportar beiju que será assado no forno. Em Parintins, as peneiras são utilizadas em formatos pequenos para decorar os ambientes, representando a identidade indígena do amazonense, ou mesmo para peneirar a tapioca e fazer a tradicional tapioquinha ou beiju.
Pilão: É um pedaço de madeira moldado, semelhante a um vaso, com abertura própria para pilar crueira ou qualquer outra coisa, muito utilizado por ribeirinhos e indígenas.
Mão de pilão: É o braço de madeira moldado para pilar a crueira ou qualquer outra coisa dentro do pilão.
Crueira: É o resíduo grosseiro da massa da mandioca que não passa na peneira. Depois de secar ao sol por uma semana no mínimo, esse resíduo é pilado e utilizado para fazer fritinhos, que acompanharão o café tradicional dos amazonenses.
Manicuera: É uma espécie de mandioca que tem o tucupi doce.
Pagiroba: Bebida feita da mandioca.
Tarubá: Bebida forte feita da mandioca.
Gareira: É uma peça de madeira, igual a uma canoa ou uma canoa que não se utiliza mais nos rios. Serve para armazenar mandiocas e massas de mandioca, sendo muito utilizada por ribeirinhos e indígenas na produção da farinha. Algumas ficam na "casa da farinha" sobre pés de madeira, semelhantes a um canteiro; outras ficam submersas na beira do rio durante um dia, armazenando mandiocas descascadas para amolecer - que servirão de mistura às mandiocas duras para melhor resultado da farinha.
Beijú: Nome atribuído a variados tipos de bolinhos da massa da mandioca e seus derivados: pé de moleque, beijucica, beijú de tapioca, entre outros.
Lero lero: Jogar conversa fora, conversar aleatoriamente, sem compromisso.
Chibata/Maneiro: Se algo é muito legal, hilário ou extraordinário, então é chibata ou maneiro.
Maceta: Se algo é gigante, muito comprido ou muito grande, então é maceta.
Meia tigela: Refere-se às pessoas que fazem as coisas pela metade ou àqueles que apenas fingem ter domínio de algo.
Manja: Tem dois sentidos: um se refere a uma brincadeira de infância; outro, quando a pessoa é muito boa no que faz - então essa manja.
Gambiarra: Entre vários sentidos, os mais utilizados referem-se ao improviso e invenções (o chamado "jeitinho brasileiro"). É empregado também para ramificação de luzes (o famoso "gato"), ligações fraudulentas, entre outros.
Duro na queda: Difícil de se abalar, de ser derrotado; enfrenta barreiras e não desiste fácil.
Pão duro: É aquele que é miserável.
Discunforme: Quando tem em grande quantidade, diz-se que tem discunforme.
Enrabichada: Se a pessoa só quer andar junto com a outra, ela só quer tá enrabichada.
Escafedeu-se: É o mesmo que perdeu-se.
Goriô/goriar: Goriô é desejar azar para alguém errar o gol, por exemplo. Goriar quer dizer azar.
Porrudo/Purrudo: É o mesmo que enorme, gigante, muito grande, comprido.
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